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co internacional para abrir um moinho em São Paulo e atender a demanda de outros países da América, já que alguns destes es-tavam em guerra com a Espanha. E, como ele mesmo dizia “uma coisa leva a outra”; criou negócios paralelos para aproveitar todos os subprodutos daquilo que produ-zia, ou para suprir toda a cadeia produtiva: para ensacar o trigo criou uma tecelagem; para aproveitar o óleo do algodão, usado na tecelagem, criou uma refnaria; seus equi-pamentos eram consertados em suas pró-prias ofcinas, e assim por diante. Poucos anos depois já eram 365 fábricas espalha-das pelo Brasil e 6% de toda a população paulistana estava direta ou indiretamente ligada às fábricas. Em 1928, Francisco Matarazzo participou da fundação do Cen-tro das Indústrias de São Paulo, atualmente conhecida como FIESP.

O enriquecimento da indústria em São Paulo começou a abrir caminho para um nível mais glamoroso na arquitetura. Começava a época das grandes construções em São Paulo. Aarquitetura daqui acompa-nhava às últimas tendências internacionais e nada deixava a desejar. Surgiam belíssi-mas construções como a Estação da Luz (1901), Pinacoteca de São Paulo (1905), Palácio Caetano de Campos, atual sede da Secretaria de Educação (1894), Teatro Municipal (1911) entre outros. Os primei-ros edifícios comerciais começavam, tam-bém, a ser construídos sob essa arquitetura artística.

Um bom exemplo disso foi o de Ermelino Matarazzo, neto de Francisco Matarazzo, que mandou construir um edifí-cio que abrigasse a sede de suas indústrias. São Paulo ganhava, assim, um de seus pri-meiros prédios comerciais de destaque: O Edifício Matarazzo. Hoje ele é conhecido como Palácio do Anhagabaú e abriga, des-de 2004, a sede da prefeitura.

Outro nome de destaque entre os que construíram magnífcos edifícios comerciais nesta época foi o de Giuseppe Martinelli. Desejoso de deixar um legado mais permanente decidiu construir o pri-meiro arranhacéu da América do Sul, um edifício que levaria seu próprio nome: Edi-fício Martinelli. A polêmica que essa de-cisão causou na cidade foi enorme. Nesta época, São Paulo não possuía mais de uma dezena de prédios nenhum com mais que 5 andares.

O site ofcial do edifício² nos traz ao conhecimento a magnitude de tal cons-trução, seus detalhes primorosos e seu im-pacto na sociedade da época:

“Em 1924 deu início à construção do pré-dio projetado para ter 12 andares, num grande terreno na então área mais nobre da capital, entre as ruas São Bento, Líbero Badaró e Avenida São João. O autor do

projeto era o arquiteto húngaro William Fillinger, da Academia de Belas Artes de Viena. Todo o cimento da construção era importado da Suécia e da Noruega, pela própria casa importadora de Martinelli. Nas obras trabalhavam mais de 600 ope-rários. 90 artesãos, italianos e espanhóis, cuidavam do esmerado acabamento. Os detalhes da rica fachada foram desenha-dos pelos irmãos Lacombe, que mais tarde projetariam a entrada do túnel da Avenida 9 de Julho. [...] Enquanto isso, Martinelli não parava de acrescentar andares ao edi-fício, estimulado pela própria população que lhe pedia uma altura cada vez [...]. A questão foi resolvida por uma comissão téc-nica que garantiu que o prédio era seguro e limitando a altura do prédio a 25 anda-res. O objetivo de Martinelli, contudo, era chegar aos 30 andares, e o fez construindo sua nova residência com cinco andares no topo do prédio – tal como Gustave Eiffel

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² http://www.prediomartinelli.com.br/historia.php

Edifício Matarazzo em construção - Atualmente Sede da Prefeitura de São Paulo

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