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Mercado

desde sua fundação, passaram a sofrer con-siderável mudança em todos os seus aspec-tos; em 1879 as primeiras casas de taipa começaram a ser substituídas por tijolos; surgiam os primeiros centros de negócios, bancos, e com a abolição da escravatura, em 1888, fez-se necessária a contratação de outro tipo de mão de obra, o que dá iní-cio aos movimentos imigratórios da Euro-pa, principalmente da Itália e Alemanha, e do Japão.

O crescimento da população ala-vancou a melhoria de sistemas que contri-buíam para o comércio crescente do café, como a ferrovia. E com a ferrovia, vem as obras de saneamento, retifcação de rios e construção civil, favorecendo uma migra-ção da população do campo para a cidade. A desvalorização das terras rurais em de-trimento de seu abandono favoreceu as transações imobiliárias na cidade, que com o tempo, se tornaram um negócio extre-mamente rentável. Surgem os loteamentos residenciais de elite, como os Campos Elí-seos, Paulista e Higienópolis. Mas também surgem os loteamentos populares como Brás, Bela Vista, Bom Retiro e Lapa. A região ao redor do então conhecido Tri-ângulo (formado pelas Ruas Direita, XV de Novembro e São Bento) passou a ser o primeiro núcleo comercial, administrativo, de serviços e de lazer da cidade. Como a maioria das construções dessa região era de sobrados, os mesmos passaram a abrigar as lojas nos andares inferiores e pequenos escritórios e consultório na parte superior, como ainda é até hoje em algumas locali-dades. Paralelamente, houve melhoria dos sistemas públicos de transporte com os no-vos bondes com tração animal e a cidade começou a vivenciar sua primeira crise de-vido ao excesso populacional. Entre 1895 e 1900 a população saltou de 130 mil para 239 mil.

2. Segundo Período: 1900 a 1970

Como em todos os ciclos históri-cos, a queda de um ciclo não acontece ime-diatamente ao aparecimento de outro. O mais natural é que dois ciclos consecutivos coexistam durante algum tempo; assim um ciclo é lentamente substituído por outro. Foi o que aconteceu com o ciclo do café. Como aumento da produçãomun-dial em outras localidades, o café paulista passou a concorrer na preferência dos con-sumidores internacionais e, portanto, teve seu valor diminuído, o que é natural num mercado onde há concorrência. A questão é que os barões do café paulista, acostuma-dos aos grandes lucros, passaram a ter dif-culdades fnanceiras. Assim, lentamente, a produção econômica da ca-pital passou a migrar da ca-feicultura para a indústria. Isso parece até uma ironia, mas o enriquecimento que a cidade vivenciou através do café foi o que propiciou o crescimento da atividade industrial.

Isso aconteceu por-que não vieram apenas imi-grantes para trabalharem na

lavoura. O Novo mundo começou a atrair comerciantes que tinham algum capital e que começaram a dar início a seus próprios negócios. Assim, as primeiras indústrias paulistanas foram muito simples, voltadas basicamente ao uso da matéria-prima local, como a indústria alimentícia e de tecidos. Desde modo, desde 1890, São Paulo com quase 70 mil habitantes, já podia ser consi-derada uma referência industrial. Alguns nomes começam a se des-tacar no meio industrial, entre eles o de Francisco Matarazzo. O jovem italiano que veio ao Brasil buscar novas oportunidades para uma vida melhor construiu ao longo de sua vida um dos maiores impérios da América Latina. Começou seus negócios com a comercialização de banha de porco; mais tarde passou a importar farinha de tri-go; em 1900 conseguiu crédito de um ban-

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Moinho Matarazzo em 1900

Avenida Paulista em 1900

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