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Quantos projetos você já realizou desde que começou a atuar no segmento cor-porativo? Desses qual foi o mais mar-cante?

Nós já temos mais de 900 proje-tos entre desenhados e executados, o que dá cerca de 9 milhões de m², além dos pro-jetos de urbanismo, que são cerca de 37. Há vários projetos que eu gosto. Em toda minha vida, desde garoto, eu sempre esti-ve envolvido com a arte. Quando se pinta um quadro, diferente de uma instalação, o artista se expõe, e essa exposição é como se fosse uma parte criativa que está reve-lando. A arquitetura é uma arte aplicada, um processo criativo que tem uma função. Quando o aspecto criativo se transforma para a arquitetura e respeita todos os as-pectos da arte aplicada, que são todas as partes técnicas que envolvem a arquitetu-ra, é o que eu considero que seja uma boa arquitetura. E fazer essa boa arquitetura é uma das coisas que faz todas as vezes aper-feiçoar aquilo que faz.

Existem vários projetos de ar-quitetura que foram muito marcantes para mim. Porém, há uma coisa mais importan-te: a diferença entre aquilo que o artista imaginou e o resultado da obra, a diferença entre o pensado e o executado. Quando o resultado fca melhor, essa surpresa dá um enorme prazer quando fazemos o nosso trabalho; é o que dá um valor de qualidade. Um dos projetos, que não foi execu-tado, mas foi um dos trabalhos mais interes-santes, é o que fzemos pra reforma do prédio da Eletropaulo. Havia toda uma explicação flosófca do conceito do projeto, mas ele in-

felizmente não foi executado, pois foi trocado por outro projeto, o prédio da JK.

Outro projeto marcante foi o da Vivo, que era na época a Telesp Celular. Tinha um grande breeze na fachada, com a onda da Telesp. Ganhamos o concurso, que tinham 19 possibilidades, e eles disse-ram que nós teríamos que mudar a fachada do prédio, pois eles iriam trocar o nome da empresa. Nós fzemos todo projeto, já es-tava praticamente tudo pronto e eles não falavam qual seria o novo nome. Chegou uma hora que tive de pressioná-los, pois nós precisávamos saber isso para fnalizar o projeto. Eu tive que assinar um termo de confdencialidade, e eles me contaram que teriam cinco bonecos e se chamaria Vivo. Eu quase passei mal, pois já estava tudo pronto e com essa mudança era outro projeto, totalmente diferente. Fui pra casa, dormi pensando nisso, no dia seguinte eu acordei e pensei que o prédio teria que ser uma coisa viva, algo que se mexe. A pri-meira coisa que imaginei foram aquelas salas de parques de diversões, que as ima-gens se movem. Assim começou um novo trabalho, eu desenvolvi aquele desenho, que é do movimento, ou seja, é um prédio que está vivo, ele não para de se mexer. Essa idéia da interação entre a pessoa e a arquitetura é um elemento que dá a percep-ção de espaço, que é um aspecto importan-te para a arquitetura.

Quais foram os projetos mais importan-tes de 2011?

Um dos prédios importantes, que está em fase de fnalização, é o da Petro-

bras, no Rio de Janeiro, que será um dos escritórios da empresa. É o maior prédio do Brasil, com 200 mil m², e tem uma es-trutura metálica, com uma integração do contexto da paisagem onde ele está. É um prédio imponente, mas que não se sobres-sai dentro da paisagem como um elemento marcante, apesar de ele ter uma “muscula-tura” extremamente importante.

Outro projeto que talvez tenha mais sensibilidade, qualidade e beleza foi o que fzemos para o concurso da Marina da Gloria, também no Rio, mas que não ganhamos. É um trabalho de uma beleza incrível, porque a ideia toda é que quando se olha do Aterro, percebe-se um talude, é como se o espaço subisse e ele se confun-de com as formas dos barcos, e quando se olha do mar, os barcos se confundem com a arquitetura. Essa mistura da integração é a grande ideia do projeto.

Num projeto corporativo, o que não pode faltar?

Eu vou comparar um prédio com o corpo humano. O corpo é na verdade uma belíssima estrutura e com um ótimo recheio, mas o ar e a circulação, no sentido de ener-gia, são os elementos mais importantes. Assim é para o prédio: como essa energia circula e como ocorre o consumo dessa energia também são essenciais. Além disso, também existe a qualidade do que se coloca dentro do prédio, ou seja, se você não usa elementos de boa qualidade, o prédio se deteriora. Por exemplo, pré-dios de concreto aparente, com o passar do tempo, o acabamento externo acaba

Edo Rocha fala sobre as novidades e tendências

na arquitetura de espaços corporativos

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