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mercado corporativo mais importante no Brasil, foi ainda mais interessante. Caracterizado pela estagnação até o fnal de 2006, a cidade do Rio de Janeiro viu seus números se modifcarem gradualmente e os anos de 2007 e 2008 foram marcados pela grande virada. No 4º trimestre de 2007 o volume de m² em construção na cidade foi o maior já registrado: 375 mil m². A con-seqüência foi um recorde na entrega do novo estoque no 3º trimestre de 2008; pouco mais de 63 mil m² estavam disponíveis para novas negociações. Apesar disso, a taxa de vacância total se manteve em queda, alcançando críticos 3,52% no fechamento de 2008.

O que poderia mudar com o agravamento da crise no fnal

de 2008?

Para responder a essa pergunta temos que distinguir dois cenários diferentes: o da “ca-deia produtiva” de edifícios comerciais - investi-mentos de compra de terrenos, desenvolvimento de projetos e construção efetiva dos edifícios - e o das empresas que ocupam esses edifícios.

Primeiro cenário – Euforia na construção civil comercial.

Temos aqui as grandes incorporado-ras e/ou construtoras que abriram seu capital para o mercado, arrecadaram volumes enormes de investimentos e, acreditando que o mercado só melhoraria, aumentaram muito sua carteira de imóveis. É claro que com a grande procura, os valores foram infacionados e todo o proces-so, apesar de estar a pleno vapor, passou a ser muito caro em todas as suas etapas. A conse-quência direta foi o grande acréscimo no valor dos imóveis prontos. Mas, apesar dos altos pre-ços, o mercado extremamente aquecido, acabou absorvendo quase que a totalidade dos empre-endimentos que eram entregues ou lançados. No fnal de 2008, alguns edifícios na região da Faria Lima, uma das áreas comerciais mais ca-ras de São Paulo, chegaram a ter preço pedido de R$ 150,00/m², um dos valores mais altos da

história da cidade. Nesta mesma região, o preço máximo pedido no edifício mais caro, não pas-sava dos R$ 100,00/m² no primeiro trimestre de 2008.

Se a crise não tivesse piorado no fnal do ano passado, até quando esse crescimento teria permanecido? Até quando seria possível sustentar tal situação?

É o questionamento que levantou Ra-fael Camargo, da Binswanger Brasil, empresa especializada em gestão de bens imobiliários corporativos e institucionais, no Brasil e no Ex-terior. Ele declarou que devido à crise interna-cional o mercado corporativo brasileiro poderá passar, não por uma crise, mas por um ajuste. Com a desaceleração do mercado é natural que ocorra uma modifcação de valores e os preços

comecem a cair um pouco, mas para ele a crise só pode ser assim chamada quando começar a afetar os preços de maneira signifcativa, o que ainda não aconteceu. Segundo ele ainda, essa desaceleração que vem se percebendo no mer-cado é devido às incertezas quanto ao futuro, mas pode ser vista com melhores olhos. O cres-cimento estava começando a esbarrar em limi-tações, como disponibilidade e preço dentro da construção civil, como o cimento, ou aumento exagerado de preços, por exemplo.

“Penso que esta crise resultará em um alívio no mercado de escritórios pois a taxa de vacância do mercado Classe A em 2008 estava extremamente baixa” comenta Bruce Lorimer, sócio-diretor da Ocupantes Consultoria Imobi-liária, empresa especializada na representação de usuários fnais corporativos. Ele acrescenta que “tirando a pressão forte sobre os valores de aluguel, eles devem cair no médio prazo. No longo prazo, como o mercado é cíclico, os valores devem aumentar novamente à medida que a demanda ultrapassa a oferta. Creio que por estarmos em um mundo cada vez mais glo-balizado, os ciclos imobiliários se tornam cada vez mais curtos. Antigamente estes ciclos eram de 10 em 10 anos (altas em 1990, 2000 e 2008 e baixas em 1992, 2002 e 2009 (ainda caindo). Portanto, estimo que teremos queda na absorção líquida de espaços corporativos de escritórios e nos respectivos valores pelos próximos 2 ou 3 anos”.

Segundo cenário: empresas que ocupam os edifícios.

Esse cenário também precisa ser di-vidido em dois momentos distintos quanto a sua ocupação física:

1) É o das empresas que já renegociaram seus contratos, relocalizaram, expandiram, instala-ram ou abriram escritórios durante esses dois últimos anos; neste caso o que se acredita é que difcilmente mudarão suas decisões.

É o que pensa Dani Ajbeszyc, da

Rafael Camargo -Diretor da Binswager

Brasil

“O mercado corporativo pode passar pela crise se seus ‘jogadores’ se adaptarem e jogarem conforme as novas

regras”

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