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Entrevista

que acontecem ao redor de uma pessoa, como percepção de luz, barulho, ar e er-gonomia, que são basicamente esses os elementos que dão uma percepção de conforto, espaço e referência. Essas per-cepções são difíceis de serem medidas e a métrica para isso é muito complica-da. Então, o governo americano, pre-ocupado em definir que tipo de prédio era bom, resolveu pagar à universidade Carneggie Mellon recursos pra desen-volver uma forma de criar uma métrica para percepção humana em relação ao espaço. E essa métrica, faz parte o robô, que é um grande sensor humano visual, auditivo, etc. Com o que seria a percep-ção humana e aquilo que o equipamento lê conseguimos avaliar a quantidade de CO

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, contaminação volátil, e todos os problemas que afetam o desempenho. O robô nada mais é do que um elemento que mede aquilo que você não conse-gue transmitir, como a medição de al-guns elementos, o que me ajuda muito nos projetos, pois têm coisas que nós somos obrigados a fazer para melhorar o ambiente, como diminuir a contami-nação do ar. Para resolver esse proble-ma, nós também estamos trazendo duas soluções, uma que determina o que o ar condicionado precisa ter, e outro sistema que realmente purifica o ar. Ele melhora a qualidade do ar, matando as bactérias. Para se ter uma ideia, o aparelho reduziu o número de partículas de 100 mil para apenas 3, em 24 horas. Esse produto ain-da não existe aqui no Brasil, nós estamos trazendo, com um custo bem razoável. Em 2017, esse tipo de sistema será obri-gatório nos projetos da Europa.

Hoje em dia, muitas empresas estão dimi-nuindo seus espaços graças à fexibilida-de, mobilidade e adaptabilidade dentro das empresas. Como você acredita que

será o futuro dos escritórios e como as empresas têm projetado seus escritórios para atender essa nova realidade?

Existe uma grande mudança no conceito de mobilidade. Ela faz com que as pessoas possam trabalhar em diversos os locais, como no aeroporto, no trânsito, etc. Isso foi possível graças a mudança da tecnologia, que permitiu uma fexibilidade, mobilidade e adaptabilidade nas empresas. Se você não tem esses três itens dentro de um escritório, a empresa não cresce. Os escritórios estão sendo mo-difcados por conta dessa mobilidade. Eu projetei escritórios elétricos, eletrônicos e agora, projeto escritórios digitais. Há um novo modelo de Espaço Digital, que trans-forma o local de trabalho usando a tecno-logia móvel. Houve uma diminuição no custo de armazenamento de dados, existem equipamentos portáteis e mais poderosos, redes sem fo de alta velocidade, o acesso a informações e dados de qualquer lugar, o que gerou a portabilidade dos colabora-dores da empresa. Hoje uma empresa que tinha 3 mil postos de trabalho, diminuiu para 2 mil. Isso gera uma economia enor-

me para as empresas.

Há alguns anos, desenhei estações de trabalho futuristas, que são provocações de onde nós queremos chegar. Ainda não existe, mas um dia vai existir. A estação é um cartão, onde você pluga e ela entende tudo que está dentro do chip. Ela absorve a portabilidade do usuário.

Na relação Open Space, o presidente fca em uma baia comum com os outros colaboradores da empresa. No Brasil, a cultura ainda é de separar o presidente dos demais? Como você vê isso?

O escritório aberto não é uma novidade, começou na década de 60. Ele tem várias razões para acontecer, mas a principal é a empresa ter uma transpa-rência, controle e visibilidade. Para fazer um escritório aberto que não seja de boa qualidade, você acaba gerando outros problemas. Se o Open Space não for bem planejado, com uma boa acústica, espa-ço entre as mesas, etc, ele pode virar um caos. Além disso, as pessoas precisam de espaços fechados, porque detém o poder quem tem o elemento escasso, nesse caso o espaço. Assim, quanto mais espaço eu tenho, mais poder. Então também pode ser uma demonstração de poder. Dizer que a empresa brasileira é pior do que a americana não é verdade. A empresa brasileira é muito criativa. Nós fazemos o máximo com o mínimo. Aqui não temos os produtos, facilidades técni-cas e o custo como nos Estados Unidos. Por isso essa diferença.

Hoje cada vez mais o presidente está junto com a diretoria. Mas o porquê da diretoria não se pulverizar entre os demais colaboradores da empresa não é um problema de organização, e sim um problema conceitual e administrativo da empresa, e não estrutural. n

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